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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

FINADOS, nº 6 - MÁXIMAS, REFLEXÕES MORAIS [máxima] (Rochefoucauld)

« Le soleil ni la mort ne se peuvent regarder fixement.»

« Neither the sun nor death can be looked at with a steady eye. »

« Não é possível olhar fixamente para o sol nem para a morte. »

Henri-Pierre Picou (1824-1895) - The Passage (circa 1860).

- François de La Rochefoucauld, do original Réflexions ou Sentences et Maximes morales, (1664). Título em inglês Reflections, or Sentences and Moral Maxims. Tradução para o português de Marina Appenzeller (Máximas, reflexões morais).

FINADOS, nº 5 - FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO [trecho] (G. W. F. Hegel)

 « Dies Bewußtsein hat nämlich nicht um dieses oder jenes, noch für diesen oder jenen Augenblick Angst gehabt, sondern um sein ganzes Wessen; denn es hat die Furcht des Todes, des absoluten Herrn, empfunden. »

 « This consciousness was not driven with anxiety about just this or the matter, not did it have anxiety or that moment; rather, it had anxiety about its entire essence; It felt the fear of death, the absolute master. »

 « Essa consciência sentiu a angustia, não por isto ou aquilo, não por este ou aquele instante, mas sim através de sua essência toda, pois sentiu o medo da morte, do senhor absoluto. »

Maximilian Pirner (1853-1924), End of All Things, 1887, oil on canvas

-  George Wilhelm Friedrich Hegel, do original Phänomenologie des Geistes. Traduzido para o inglês [The Phenomenology of Spirit] por Terry Pinkard e, para o português, por Paulo Meneses; com a colaboração de Karl-Heinz Efken e José Nogueira Machado, SJ.Fenomenologia do Espírito.


FINADOS, nº 4 - Os Paraísos Artificiais [trecho] (Charles Boudelaire)

« La Mort, que nous ne consultons pas sur nos projets et à qui nous ne pouvons pas demander son acquiescement, la Mort, qui nous laisse rêver de bonheur et de renommée et qui ne dit ni oui ni non, sort brusquement de son embuscade, et balaye d'un coup d'aile nos plans, nos rêves et les architectures idéales où nous abritions en pensée la gloire de nos derniers jours! »

« A Morte, que não consultamos a respeito de nossos projetos e a quem não podemos pedir a aquiescência, a Morte, que nos deixa sonhar com felicidade e fama e que não diz nem sim, nem não, sai bruscamente de sua emboscada e varre num bater de asas nossos planos, nossos sonhos e as arquiteturas ideais em que abrigávamos em pensamento a glória de nossos últimos dias! »
Émile Friant (1863 - 1932) La douleur (Pain), 1898, Musée des beaux-arts, Nancy.

- Charles Boudelaire, do original Les Paradis Artificiels. Tradução para o português de Marina Appenzeller.


sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Horizontais nº 4.


4 banhos, 2 pares de sapato, 11 abraços, 1 carta de carinho, 3 horas de atraso, 1 partida de CanCan: 1 vitória, 1 funeral, 3 camisetas, 88 lágrimas, 3 pares de meia, 7 trajetos, 3 refeições, 5 surpresas, 1 fora, 3 páginas escritas, talvez 4, 2 calmantes, 13 sorrisos, R$ 20,00, 1 acordo, 1 antidepressivo, 9 apertos de mãos, 5 ligações; uma sexta-feira.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Horizontais nº 3.

Um rebuliço para o papel a pedir: “Agora!”.
Mas não; outra hora! quando passar a vontade. Por hora não tenho, como por fora, o amor pela saudade que demora, mas que chega em dias de temperatura amena.
Quem chora pela tarde? Quem chora?
Ora, eu choro.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Horizontais nº 2.

Sobre nós: que ? Quanto mistério existe na pergunta disso? Quanto mistério queremos na pergunta disso? Por que de criarmos tantos meios e degraus nas e para as almas rasas que possuímos? Não há, convenhamos, mistério algum! E que de tanta simplicidade o enjoo rapidamente se desdobre, não o nego; no entanto não deveríamos, por isso apenas, termos tido o dislate de nos ouvirmos em ecos e acharmos serem estes nossas vozes. Ora, se olhássemos com atenção e sobriedade para com o que temos do que temos, diríamos, tão simples e calmamente: “é isto, apenas”. Se não o fazemos é porque o embrulho é-se útil para muitos. Pois que há demasiado mau-caratismo usado nos dizeres que autoclamam desconhecimento de si mesmo. São farsescos, que à hora das cortinas baixas a errância em duplicata de tais tolos ao ato púnico e à posterior súbita ignorância do próprio movimento os devorará na frente daquele que os vê com desânimo se afogarem em tantas pequenezas.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Horizontais nº 1.

Hei de eternamente cair em espanto para com minhas inclinações, como se em mim as tivessem no teor de um simulacro doutros que não sei. Não do que vi, não do que faz comigo par, elas empuxam em minha fala quando quero, quando digo, apenas compromissos que não trazem senão os solecismos para tudo. — Há problemas porque quero, não: “Há problemas, porque quero”! Meu querer põe a forma da estranheza mas não me põe em sua companhia, nem em forma, mesmo sendo eu a porta desta curiosa impostura.